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Dominar a arte da escrita é um trabalho que exige prática e dedicação. Não existem fórmulas mágicas: o exercício contínuo, aliado à leitura de bons autores, e a reflexão são indispensáveis para a criação de bons textos. Nesta seção, serão apontadas algumas características que você deverá observar na produção de seus textos. Desejamos que as dicas apresentadas sejam bastante úteis a você.


    Ler, escrever e pensar

     



    Saber escrever pressupõe, antes de mais nada, saber ler e pensar. O pensamento é expresso por palavras, que são registradas na escrita, que por sua vez é interpretada pela leitura. Como essas atividades estão intimamente relacionadas, podemos concluir que quem não pensa (ou pensa mal), não escreve (ou escreve mal); quem não lê (ou lê mal) não escreve (ou escreve mal).
    Ler, portanto, é fundamental para escrever. Mas não basta ler, é preciso entender o que se lê. Entender significa ir além do simples significado das palavras que aparecem no texto. É preciso, também, compreender o sentido das frases, para que se alcance uma das finalidades da leitura: a compreensão de ideias e, num segundo momento, os recursos utilizados pelo autor na elaboração do texto.
    Apesar do grande poder dos meios eletrônicos, a leitura é ainda uma das formas mais ricas de informação, pois grande parte do conhecimento nos é apresentado sob forma de linguagem escrita. 


    Bem informado


    Lembre-se: estar bem informado é uma das normas mais importantes para quem quer escrever bem.




    A redação no vestibular
     
    Ler, escrever, pensar



    Em vestibulares e concursos, a prova de Redação é um grande fator de eliminação. Através dela, as instituições têm um indicador mais concreto da formação do aluno, diferentemente das questões de múltipla escolha. Geralmente, exige-se que o candidato produza um texto dissertativo. Em menor proporção, podem ser solicitados ainda textos narrativos ou descritivos.

    Conheça as características de cada um desses textos:


    1)  Dissertação: dissertar significa “falar sobre”. É o texto em que se expõem ideias, seguidas de argumentos que as comprovem. Na dissertação, você deve revelar sua opinião a respeito do assunto.


    2)  Descrição: texto em que se indicam as características de um determinado objeto, pessoa, ambiente ou paisagem. Na descrição, você deve responder à pergunta: Como a coisa  (lugar / pessoa) é? É importante tentar usar os mais variados sentidos: fale do aroma, dos cheiros, das cores, das sensações, de tudo que envolve a realidade a ser descrita. 


    3)  Narração: texto em que se contam fatos ocorridos em determinado tempo e lugar, envolvendo personagens. Lembre-se: você deve “narrar a ação”, respondendo à pergunta: O que aconteceu?



    Dissertação - estrutura

    1ª parte: Introdução
    No primeiro parágrafo, o autor apresenta o tema que será abordado.
    Dica: anuncie claramente o tema sobre o qual você escreverá e as delimitações propostas.

    2ª parte: Desenvolvimento
    Nos parágrafos subsequentes (geralmente dois), o autor apresenta uma série de argumentos ordenados logicamente, a fim de convencer o leitor.
    Dica: argumente, discuta, exponha suas ideias, prove o que você pensa.

    3ª parte: Conclusão
    No último parágrafo, o autor "amarra" as ideias e procura transmitir uma mensagem ao leitor.
    Dica: conclua de maneira clara, simples, coerente, confirmando o que foi exposto no desenvolvimento.

    Atenção:
    A dissertação deve obedecer à extensão mínima indicada na proposta, a qual costuma ser de 25 a 30 linhas, considerando letra de tamanho regular. Inicialmente, utilize a folha de rascunho e, depois, passe a limpo na folha de redação, sem rasuras e com letra legível. Utilize caneta; lápis, apenas no rascunho.
     



    Planejando a dissertação (I)

     


    redação 

    • Quando você deseja ir a algum lugar ao qual nunca foi, você costuma, mesmo que mentalmente, elaborar um roteiro. Afinal de contas, você sabe que, caso não se planeje, correrá o risco de ficar rodando à toa e não chegar ao destino, e, se chegar, terá perdido mais tempo que o previsto.
    • Ao elaborarmos uma redação, não é diferente: se não tivermos um plano ou um roteiro previamente preparados, corremos o risco de ficar dando voltas em torno do tema, não chegando a lugar nenhum. Por isso, antes de escrever sua redação, é preciso planejá-la bem, procurando elaborar um esquema. Mas cuidado, não confunda esquema com rascunho! Esquema é um guia que estabelecemos para ser seguido, no qual colocamos em frases sucintas (ou mesmo palavras) o roteiro para a elaboração do texto. No rascunho, por outro lado, damos forma à redação, pois nele as ideias colocadas no esquema passam a ser redigidas, tomando a forma de frases que aos poucos se transformam em um texto coerente.
    • O primeiro passo para a elaboração do esquema é ter entendido o tema, pois de nada adiantará um ótimo esquema se ele não estiver adequado ao tema proposto. Em seguida, você poderá dividir seu esquema nas três partes básicas - introdução, desenvolvimento e conclusão. Na Introdução, é necessário informar a tese que você irá defender. No Desenvolvimento, escreva palavras capazes de resumir os argumentos que você apresentará para sustentar sua tese. Na Conclusão, escreva palavras que representem sua ideia final.
    • Atenção: quando você estiver fazendo o esquema do desenvolvimento, surgirão inúmeras ideias. Registre-as todas, mesmo que mais tarde você não venha a utilizá-las. Essas ideias normalmente vêm sem ordem alguma; por isso, mais tarde, é preciso ordená-las, selecionando as melhores e colocando-as em ordem de importância. Esse processo é conhecido como hierarquização das ideias.
    Veja a seguir, um exemplo de esquema com as ideias já hierarquizadas:

    Tema: Pena de morte: você é contra ou a favor?



    Introdução:

    contra - não resolve



    Desenvolvimento:

    1º parágrafo: direito à vida - religião

    2º parágrafo: outros países - Estados Unidos



    Conclusão:

    ineficaz; solução: erradicação da miséria

    Feito o esquema, é só segui-lo passo a passo, transformando as palavras em frases, dando forma à sua redação.



    Planejando a dissertação (II)
    Planejando a redação


    Veja a seguir outro tipo de roteiro. Siga os passos:

    1) Interrogue o tema;

    2) Responda-o de acordo com a sua opinião;

    3) Apresente um argumento básico;

    4) Apresente argumentos auxiliares;

    5) Apresente um fato-exemplo;

    6) Conclua. 

    Vamos supor que o tema de redação proposto seja: Nenhum homem vive sozinho. Tente seguir o roteiro:

    1. Transforme o tema em uma pergunta: Nenhum homem vive sozinho?

    2. Procure responder essa pergunta, de um modo simples e claro, concordando ou discordando (ou concordando em parte e discordando em parte): essa resposta é o seu ponto de vista.

    3. Pergunte a você mesmo, o porquê de sua resposta, uma causa, um motivo, uma razão para justificar sua posição: aí estará o seu argumento principal.

    4. Agora, procure descobrir outros motivos que ajudem a defender o seu ponto de vista, a fundamentar sua posição. Estes serão os argumentos auxiliares.

    5. Em seguida, procure algum fato que sirva de exemplo para reforçar a sua posição. Este fato-exemplo pode vir de sua memória visual, das coisas que você ouviu, do que você leu. Pode ser um fato da vida política, econômica, social. Pode ser um fato histórico. Ele precisa ser bastante expressivo e coerente com o seu ponto de vista. O fato-exemplo geralmente dá força e clareza à argumentação. Além disso, pessoaliza o nosso texto, diferenciando-o dos demais.

    6. A partir desses elementos, você terá o rascunho de sua redação.
     



    Dicas para elaborar uma boa redação

    Atualmente, a prova de redação é um diferencial importante na classificação em concursos. Para garantir um bom resultado em seus textos, não deixe de ler as dicas que selecionamos.


    Simplicidade
     Use palavras conhecidas e adequadas. Para ter um bom domínio do texto, prefira frases curtas. Cuidado para não mudar de assunto de repente. Conduza o leitor de maneira leve pela linha de argumentação.



    Clareza
     O segredo está em não deixar nada subentendido, nem imaginar que o leitor sabe o que você quer dizer. Evidencie todo o conteúdo da sua escrita. Lembre-se: você está comunicando a sua opinião, falando de suas ideias, narrando um fato. O mais importante é fazer-se entender.


    Objetividade

    Você tem que expressar o máximo de conteúdo com o menor número de palavras possíveis. Por isso, não repita ideias, não use palavras em excesso buscando aumentar o número de linhas. Concentre-se no que é realmente necessário para o texto.


    Unidade

    Não esqueça, o texto deve ter unidade, por mais longo que seja. Você deve traçar uma linha coerente do começo ao final do texto. Não pode perder de vista essa trajetória. Por isso, muita atenção no que escreve para não se perder e fugir do assunto. Eliminar o desnecessário é um dos caminhos para não se perder.


    Coerência
     A coerência entre todas as partes do texto é fator primordial para a boa escrita. É necessário que as partes formem um todo. Estabeleça uma ordem para que as ideias se completem e formem o corpo da narrativa. Explique, mostre as causas e as consequências.


    Ordem
     Obedecer uma ordem cronológica é uma maneira de acertar sempre, apesar de não ser criativa. Nesta linha, parta do geral para o particular, do objetivo para o subjetivo, do concreto para o abstrato. Use figuras de linguagem para que o texto fique interessante. As metáforas também enriquecem a redação.


    Ênfase

    Procure chamar a atenção para o assunto com palavras fortes, cheias de significado, principalmente no início da narrativa. Use o mesmo recurso para destacar trechos importantes. Uma boa conclusão é essencial para mostrar a importância do assunto escolhido. Remeter o leitor à ideia inicial é uma boa maneira de fechar o texto.



    Leia e Releia

    Lembre-se, é fundamental pensar, planejar, escrever e reler seu texto. Mesmo com todos os cuidados, pode ser que você não consiga se expressar de forma clara e concisa. A pressa pode atrapalhar. Com calma, verifique se os períodos não ficaram longos, obscuros. Veja se você não repetiu palavras e ideias. À medida que você relê o texto, essas falhas aparecem, inclusive, erros de ortografia e acentuação. Não se apegue ao escrito. Refaça, se for preciso.




    Escreva uma redação de sucesso

    1) Pense no que você quer dizer e diga da forma mais simples. Procure ser direto (conciso) na construção das sentenças.

    2) Use a voz ativa, evite a passiva. Evite termos estrangeiros e jargões. 

    3) Evite o uso excessivo de advérbios. Tome cuidado com a gramática.

    4) Tente fazer com que os diálogos escritos (em caso de narração) pareçam uma conversa. O uso do gerúndio empobrece o texto. Exemplo: Entendendo dessa maneira, o problema vai-se pondo numa perspectiva melhor, ficando mais claro...

    5) Evite o uso excessivo do "que". Essa armadilha produz períodos longos. Prefira frases curtas.Exemplo: O fato de que o homem que seja inteligente tenha que entender os erros dos outros e perdoá-los não parece que seja certo. Adjetivos que não informam também são dispensáveis. Por exemplo: luxuosa mansão (Toda mansão é luxuosa!).

    6) Evite clichês (lugares comuns) e frases feitas. Exemplos: "fazer das tripas coração", "encerrar com chave de ouro", “silêncio mortal", "calorosos aplausos".

    7) Verbo "fazer", no sentido de tempo, não é usado no plural. É errado escrever: "Fazem alguns anos que não viajo". O certo é “Faz alguns anos que não viajo”. 

    8) Cuidado com redundâncias. É errado escrever, por exemplo: "Há cinco anos atrás". Corte o "há" ou dispense o "atrás". A forma correta é “Há cinco anos...”

    9) A leitura intensiva facilita o uso da vírgula corretamente. Leia muito, leia sempre!

    10) Nas citações: use aspas, coloque vírgula e um verbo seguido do nome de quem disse ou escreveu o que está sendo citado. Exemplo: “O que é escrito sem esforço é geralmente lido sem prazer.”, disse Samuel Johnson.


    Avaliação da Redação
     
    Veja os equívocos apontados por organizadores de concursos e vestibulares como os mais cometidos pelos candidatos.



    1)  Ordenação das ideias
    • A falta de ordenação é um erro comum e indica, segundo os organizadores de vestibulares, que o candidato não tem o hábito de escrever. O texto fica sem encadeamento e, às vezes, incompreensível, partindo de uma ideia para outra sem critério, sem ligação.

    2)  Coerência  e  coesão
    • Em muitas redações, fica evidente a falta de coerência: o candidato apresenta um argumento para contradizê-lo mais adiante. Já a redundância denuncia outro erro bastante comum: falta de coesão. O candidato fica dando voltas num assunto, sem acrescentar dado novo. É típico de quem não tem informação suficiente para compor o texto.

    3)  Inadequação
    • A inadequação é um tipo de erro capaz de aparecer inclusive em redações corretas na gramática e ortografia e coerentes na estrutura. Nesse caso, os candidatos costumam fugir ao tema proposto, escolhendo outro argumento, com o qual tenham maior afinidade. O distanciamento do assunto pode custar pontos importantes na avaliação.

    4)  Estrutura dos parágrafos
    • Muitos dos candidatos têm demonstrado dificuldade em separar o texto em parágrafos. Sem a definição de uma ideia em cada parágrafo, a redação fica mal-estruturada. Um erro muito comum, nesse caso, é cortar a ideia em um parágrafo para concluí-la no seguinte. Ou, então, deixar o pensamento sem conclusão.

    5)  Estrutura das frases
    • Erros de concordância nos tempos verbais, fragmentação da frase, separando sujeito de predicado, utilização incorreta de verbos no gerúndio e particípio são algumas das falhas mais comuns nas redações. Esses erros comprometem a estrutura das frases e prejudicam a compreensão do texto.
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